Oh senhor perdoa-me, todo o mal que eu fiz, que para ser feliz, eu fiz alguém
ser infeliz.
Já roubei, já vendi, mas nunca matei, já atirei, eu sonhava ser rei.
Mas olhei à minha volta, observei com atenção, não há dinheiro que pague a vida
do teu irmão.
Querer guita, ser feliz, ter mulheres e bom carro, mas o luxo por norma sai
caro.
Não há nada melhor que a tranquilidade, dormir descansado, até às três da tarde.
Fui um filho amado, criado e bem tratado, mas nem sempre podia ter o que estava
no super-mercado.
A mamã queria comprar mas o dinheiro não chegava, e o puto sonhador roubava.
Não pensava em nada muito menos em alguém, só queria ter o meu para o meu
próprio bem.
Eu só queria ter o meu, eu só queria ter o meu para o meu próprio bem.
Meu deus, és o meu único amigo, eu só te tenho a ti para falar comigo
Na escuridão de uma cela, que me mata e me gela e me faz pensar
Eu sei, que fui amado e querido, mas sem dinheiro eu já fui esquecido
Pois nessa vida bela já borrei a tela, mas aprendi a escutar
Meu deus…
Meu deus, eu já não era criança, comecei a ver no oxi que é que estava a
esperança.
Tinha mais guita num dia que a mamã ao fim do mês, vivia o sonho Português numa
vida de burguês.
Nada me faltava o meu nome era falado, tinha mais clientes que o comércio do
lado.
Na minha mente só pensava em guita, dia e noite a rolar como um parasita.
Mas aprendi muita coisa no meio desses perigos, quando não tens nada,
aí é que tens amigos.
Quando estás bem, com a estrela do ás, amigos viram inimigos esfaqueando-te por
trás.
Eu não sabia que estava na mira da autoridade, julgava-me o mais importante da
cidade.
Estou sozinho, trancado, desilusido. Foi preciso estar aqui para falar contigo.
Para falar contigo. (x3)
Meu deus, és o meu único amigo, eu só te tenho a ti para falar comigo
Na escuridão de uma cela, que me mata e me gela e me faz pensar
Eu sei, que fui amado e querido, mas sem dinheiro eu já fui esquecido
Pois nessa vida bela já borrei a tela, mas aprendi a escutar
Meu deus…