P'rás sogras que encontrei na vida

P’rás sogras que encontrei na vida
Atrás da sua filha querida
Cá do meu coração
Dedico esta canção
Às sogras que aturei na vida
Das sogras que na vida tive
Não sei se alguma sobrevive
Aquela em que eu bati
A outra em quem mordi
Eram piores que Deus me livre
Às ricas sogras que a mim calharam
(Ai sim)
Deram-me um galo que eu sei lá
(Não me digas)
Foram as sobras que p’ra aí restaram
Das boas sogras que acho que ainda há
Ter uma sogra sempre ao lado
É bem pior que ser multado
(Ah pois é)
Tive uma que acordava
(Sim?)
De noite então gritava
Mais surda que um pneu furado
P’rás sogras nunca fui bem-vindo
(Ai não?)
Dizem que eu sou um ganda índio
(Ai sim?)
Uma até fez macumba
E outra, catrapumba
Partiu-me o meu nariz, sorrindo
Tantas pessoas têm uma família
E a sogra logo é a mãe delas
Se ao menos fossem peça de mobília
Iam fora pela janela
Deram-me cabo das finanças
(E a mim?)
Gozavam com as minhas tranças
(Bem feita)
Mandavam-me p’rá tropa
Punham moscas na sopa
E nem falavam sobre heranças
Mas p’ra que é que as noivas trazem mãe?
Defeitos já a filha tem
Mas um dia hás de ver
Que a filha ainda vai ser
Tão sogra como a mãe
(-Ó indio
-Diz Serafim
-Quero-te só agradecer o facto de teres vindo
-Foi um prazer
-Foste muito fixe sabias?
-Sabia por acaso já sabia
-A quem saberás índio
-Vamo lá
-Ó índio fazes-me lembrar o meu filho. Ah 'tás-me a fazer cocegas c’a pena
índio. Ó índio, ó índio tens de tirar a pena índio. 'Tás-me a fazer tantas
cocegas.Vocês os índios são danados p’rá brincadeira. Ó índio, índio, ó índio.
Mas tu és um índio ou… mas o que é que tu és?
Meu filho, meu querido)