Espera

Esperei sua pele me dizer
Foi seu braço que quis convencer
A desatar as minhas orações
Inventando novas orações
Esperei sua pele me dizer
Um abraço pra não se esquecer
De perdoar as minhas próprias assombrações
Inventando novas histórias pras assombrações
Esperei minha hora pra fazer minha mala
Esperei minha hora pra fugir de casa
Enxerguei a sua sombra na estação da luz e fui no embalo
Desde a sala da minha casa que eu escutava as palavras
Mas achava que existir ainda era proibido
Eu tentava resistir mas por dentro destruída
Ri das piadas mais amargas pra te ver feliz
Fiz de conta que fui se´s pra viver no quase
Fiz de conta que fui sis pra viver no quase
Fiz de conta que fui cis pra viver no quase
Mas a hora passa quando o vagão vai na mão correta
Quando só na televisão sintoniza as pernas se abrir
Se imagine se invagine-se se pudesse desde sempre ser quem fica aqui
Se puder mudar de nome como eu escolhi
Se puder seu sobrenome vamos repartir
Uma cruz pra cada lado e fim
Uma cruz tá perdoada enfim
Esperei sua pele me dizer
Fiz de conta que fui cis pra viver no quase
Um abraço pra não se esquecer
Fiz de conta que fui cis pra viver no quase
Esperei até amanhecer
Levei meu guarda chuva
Mas choveu no chão