Microfone da Glória

A cidade brilha, os peões dançam ao sabor do trânsito
É no caudal que vive a criança do destino
Não há espaço para amarras
E também não há mais mar para esse nome
Barbatanas, big fish sem espinhas, ele vai correr lá
Onde um rio nasce e morre
Histórias
Glória, Microfone
Deram-me a cana, deram-me o flagra
Acenderam os holofotes de onde eu estava (ah)
Sabiam bem que eu tenho o dom da palavra
Eles estavam fartos de sabor a boca amarga
Ele que traga a fada adocicada, é de Rap que se trata
Deixa-me correr a estrada
Pediram-me para escrever comecei com uma quadra
Assumi a posição a exposição do meu perfil
Murder murder murder, kill kill kill
Demonstração de estilo alguém tem que incuti-lo
Estandarte conserva a arte, museu de antiguidade
Rapaz é bravo, tu não descubras isso tarde
Vê como age enquanto o Sol bate é verdade
O Sol é a minha clave, o Rap é a minha chave
Veia artística, a minha rima intrínseca
Chupa-me como uma plataforma petrolífera
Sangro ouro, o meu Rap é petróleo é ouro negro
Ya, só vim brincar com o brinquedo
É cristal, THC no que escrevo
Fica tu com o medo fica tu com os nervos
Peguei no meu caderno e comecei a queimar etapas
Rimas originais são ilegais piratas
Sou ouro e prata, sou o desfile da fragata
Vou ser estátua na praça, ter estátuas na praça
O meu bronze não se desgasta
O meu estatuto emociona as massas
Esquece o destino que me traças
Sentirem o que eu digo é mais prémio do que taças
Fora da caixa o monstro sai da cave
O animal vai confrontar a Humanidade
É o conclave, sente a fase das minhas frases
Só quero que o meu rap viaje
Deseja-me bom voyage
Cabeça ganha asas vira ave
A minha weed é californiana
E em duas gramas liberto-me da média mediana
Por isso toco no limite da prepotência
Ganho potência mato beats com frequência
É o brilho que mantém a tendência
É o trilho onde eu caminho para ser um ícone da ciência
Tinha razão, não há bom flow sem grande escrita
E assim a viagem de um homem não tem limite