A Minha Outra História
Reflect
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Olha o puto promissor com um sorriso na cara
O que ganhou o Alcatel, segundo a Blitz: «Sem garra»
O que criou uma Kimahera e fez girar a Atmosfera
Com confiança e atitude que trataste por mania?!
Calado lado a lado com esta minha poesia
Humilde e verdadeiro em cada letra que escrevia
Desiludido e compreendido por metade da minoria
Sem o brilho de uma estrela, mas uma voz que te arrepia
Sempre com folhas na mochila, escrevia no corredor
Amante da mensagem, via-se nos olhos o amor
Que viria a virar ódio pelo ódio foi virado
De cabeça levantada nem fiquei preocupado
Eu sabia o que valia, eu sentia o que fazia
Eu sabia que haveria de chegar o meu dia
Mas a promessa de futuro não passou de ilusão
Continuo a ser a sombra que vocês não captaram/ão
Canto a saudade
Suspiro a verdade
Lá fora o dia é frio p’ra mim
E o calor do palco já não me quer assim
É Verão e este Agosto vem com sabor salgado
O castelo na areia ainda não foi derrubado
O pouco de luz que precisava tem-me passado ao lado
E ainda não consigo pôr aquele + atrás do saldo
Tirem-me este peso de cima e o prazer de uma rima
Tragam-no de volta junto ao tempo que fugiu
O meu reflexo é o espelho e já não sou quem sorriu
Ingenuidade da idade e esperança que sucumbiu
Por cada momento que foi passado, por cada palco que foi pisado
Por cada aplauso que foi guardado, maturidade agora joga o dado
Continuo a ser igual numa música dou tudo
Farto de ver este país a calar e a ficar mudo
Mas jogo é feio demais, meu coração não se apaixona
Ingratidão é resultado que o meu trabalho proporciona
Este público aclama, reclama num grito temporário
O prazer nuns minutos pelo empenho diário?
Os dias que vou contando são frios de mais p’ra mim
E se me vires a voltar é p’ra avisar que é o fim
Estou cansado desta gente que a minha calma devora
O micro 'tá ligado, mas eu saio porta fora
Falem à vontade, agora eu
Já não me preocupo
Ninguém me tira este lugar que ocupo
Vou à luta, quebro a barreira
Não há palavras que me possam ferir
Silêncio regressa ao meu corpo embrulhado em papel
De um Natal esquecido entre estradas e autocarros
O barulho do metro confunde-se com a miséria
Cheguei onde estou e para onde ia já não sigo
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