Verdes Camisas

Só sei, eu agradeci mesmo, por tomar preju
É esse céu azul não tá listrado de grade
Era cedo lá na norte, acordei e vi o sol tranquilo
Café, sinal da cruz, Axé e fé
Tecla ON no celular pra começar o dia
Muitos me procuram, eu vou fazer meus corres
Eram verdes, camisas da Philip Morris
Fumaça na balança, sem zumzumzumzum
Pra não entrar na biqueira uns paga 5 pra 1
Responsa meu prazo e 7 por do sol
Foi danger aquela tarde na Alfredo Pujol
Uma blazer estampa R, cinza predominante
No gelo do olhar o perigo se esconde
No engate da ré, o contorno
Cé loco, já tão vindo na minha e eu sou bom de arremesso
Pra onde? Pra baixo daquela Kombi
Arrombado escaniando meu caminhar
E assim que eu olhar, eles vão abordar
A bagana que porto desbaratina o B. O
Mas se fosse de quebrada o sacode era maior
Luz de freio, bate a porta
«Ai, ai, negão. Cisca não, vai levanta a mão, levanta a mão na parede!»
Duas bicas no meu calcanhar pra me intimidar
A resenha vai começar: «Cê tá armado?»
Não, não, não
«Se tiver pedido, tá fudido»
Fico pensando, vai moiar ou já moiô
Pra que santo faço promessa? Muita calma pra sair dessa
Fita grau mil, acionar o 12
E adiar o 'Por Ventura', ai dose não
Comigo uma ponta, sem passagem, nada mais
Trampo em uma confecção ali no Brás
Tipo um misto de fé e sorte, a frieza impactante
Uma baga de alguns tragos, despistando o flagrante
Poucas, pega a baga, mastiga e come
E no rádio do COPOM vai berrando meu nome
«Sem novidades, o mesmo não tem passagem»
Contraventor aliviado, apreensivo mais coragem
Posso me retirar?
«Vai sem olhar pra trás!»
Em pensamento respondo 'Sai, sai satanás. Deus é pai'
Eu sei, não, não é padastro e no CDP não
Não tem meu cadastro
Sentido zona sul, centro sul, sem alarde
Agradecendo o céu azul sem listra de grade