Alfaiate

A cada passo um novo ciclo, a cada ciclo uma nova prova de que tudo volta
E a minha volta todos à procura de alguma coisa mais real servindo de escolta
E aquela mão que solta já te segurou
E aquela ansiedade eu sei que já passou
E aquela frustração foi só uma fase então mudei meus ideais e metas
Saí da arquibancada e fui atleta
Saí do braggadocio pra mostrar minhas falhas
Precisando de abrigo eu teci novas malhas
Alfaiate com precisão, precisando desse vão
De olho no quão o vôo é alto mas pior é o chão
A queda assusta mas eu digo não
Pra cada vez que eu tento ficar querendo voar
Já passei por todos os degraus
E hoje meu corpo é o reflexo de ter decido, de ter voltado ao caos
Do dobrar do pescoço sem fé e sem crença
Desse fundo do poço que impede que eu vença
Eu já escalei nos muros da vaidade e orgulho que prende
E hoje meu peito é cada rua da cidade
Eu fiz as malas e fui procurar
E as esquinas, me falaram pra te encontrar
Nessas rimas, é onde eu construo meu lar
Então me deixa cantar, então me deixa cantar
Olhei no espelho e vi um homem
Menino, aluno, desesperado, com fome
Professor em ser influente na arte da escrita
Escrevendo histórias, quando a alma levita
Se o coração palpita e a ação se precipita
O precipício não dá medo e o corpo gravita
E é foda não saber se é infinita mas eu creio que
Eu já passei por isso aqui
Minha alma grita, como cavernas de Platão
Concreto nos meus pés, e eu não vejo sua mão
Ninguém pra me puxar além da mente e conscientemente
Eu escolho o escuro e rejeito o presente
Projeto uma casa, com cores tao vivas
Um jardim sem flores, mas tão descritivas, intuitivas
Como o bater de asas de um sorriso livre, que enfim me convida