«- Have any problems with anybody in particular in the neighborhood?
Any troublemakers?»
«- They’re crazy. They shoot and run
They’re like dogs. They have no heart.»
«- No, sir, they don’t.»
Discretamente, na cidade escura, passa da uma há muito
Num minuto, putos pulam do circuito… Está na altura
A rodar uma para dois. Dois fuinhas de bom paleio
Que estão sempre presentes no lado certo do tiroteio. E eu receio…
O assunto fica feio. O Blasph dá-me um toque no braço
A indicar que chega a bófia. (Eu já lhes sinto o cheiro)
Ya, eu também. Por acaso o gajo até veio para o pé da gente
Tirou-me a cena, puxou bem e apagou mais de metade na parede!
Praticamente ficámos sem nada
Depois, o canalha diz boa noite com um sorriso estúpido na cara
(Calma…) Senhor agente, algum problema na esquadra?
«Bico calado! Entrem no carro já, cuidado com a cabeça.»
Estes cabrões não têm emenda. Brutos a dar com um pau
Nós é que somos os piratas e ele é que faz a cara de mau
No banco de trás da viatura, dois gajos pior que fodidos
Ou os pirilampos estão fundidos ou acabámos de ser intrujados
Na esquina, pisca-lhe o olho… É puta fina
É um daqueles à moda antiga, ainda lhe pergunta pela vida. Siga
Vira na próxima. À chegada, eu já manjava…
A noitada não ia ser fácil dentro daquela esquadra
Na esquadra… Encaminhados ao escritório do chefe
«Então boa noite, Nerve e Blasph.»
Parece que ele já nos conhece, foda-se
Começa a falar, sempre arrogante, como previsto
Está visto, estamos fodidos. Nisto, ele propõe-nos um serviço…
«Anda aí um sacaninha incomodativo
Que precisa de ser apagado sem o meu nome ser envolvido.»
(Não digas mais…) Nós conseguimos, sem problema
Tratamos da cena mas vai-te custar uma nota preta
Com arma branca ou Beretta? Quer com um pau ou marreta?
A minha cena é mais punhos. Suponho que não dê gorjeta
Cinco mil euros, não faço por menos. Como é, Nervoso?
Dois mil e quinhentos para mim. Tranquilo, quero é vê-lo no bolso
Senhor porco… Oops, peço desculpa… Senhor agente
Diga-me o sítio que o labrego frequenta habitualmente
«Pára num bar da moda, nas traseiras do tribunal
Um capanga guarda-lhe as costas, que é bem grande por sinal»
Négocio fechado e tal. É mesmo caso para dizer está «limpo»
Paleta de assassino… Meti luvas, está um grande grizo
À saída, bati com a porta. Eu não respeito aquele falhado!
Está mais que na hora… Queremos a cabeça do desgraçado!
Queremos paca! É tempo de caçar o sacana
Seguimos as indicações dadas até chegar ao bar onde ele anda
Entramos sem maneiras… Isto é só escumalha!
Por mim, sacava de uma metralha e enchia chumbo nos canalhas!
«Conhecem o tipo da foto?» — Não oiço resposta
Acho que eles acham que eu estou no gozo, aqui a brincar com o ferro à mostra
Topa, um balofo a tentar escapar pela outra porta…
É ele! Atiro-lhe com uma cadeira ás costas!
Ninguém gosta… Os capangas saltam-me em cima!
«Blasph, despacha o balofo! Encontramo-nos na saída!»
Eu trato destes maricas! Nem o barman fica com vida!
Ponham-se em fila! Eu fodo-os todos!
Meti-me atrás do gordo. Corria mais do que eu pensava
Sem fôlego, fiz pontaria com um calhau da calçada
E como eu sempre gostei de caça
Ali estava ele, literalmente, com uma grande pedrada!
Ainda esperneava… Recuperou logo os sentidos
Começou a crescer para mim… Pfft, patada no focinho!
O cabrão é teso. Ainda no chão esticou-me o dedo
«O quê?!» — Torci-o mesmo até o osso vir ao relento!
Pontapé na tromba, cabeça contra a parede!
Nigga, aquela cara até custava a olhar de frente!
Foda-se, ainda respira, o cocksucker?
Agarrei-lhe os cabelos, com a ponta-e-mola, cortei-lhe a garganta!
Não é nada pessoal
Blasph, Blasph
A bófia 'tá ali com a paca, man
Baza, baza
Foda-se, eu estou a bazar, man
Foda-se, man!
Filhos da puta! Eu nunca devia ter confiado neles
Foda-se, caga nisso, Blasph, desmarca… Baza, baza!
Filhos da puta, man!
Foda-se
«Hey, kid, let me tell you something
We’re crime, and crime don’t pay.»