Multidão de boné e roupa larga
Mas reduzir só nisso estraga a chama, apaga? Que nada!
Somos mais que isso, rap é compromisso
Sabota disse isso, 24 horas dentro um feitiço
Meu serviço, minha profissão, meu ganha-pão
Oficio suado, sem sábado, domingo feriado
Ariel tá ligado, lindo ver o trampo mixado
Ouvir o peso no salão, o coro forte no refrão
O clima que se forma agora é de união
Vários irmãos, irmãs, mente sã na intenção
De levar à todos, a todo canto o canto do beco
De dizer pra A e B o quanto precisou chover no seco
Até o campo ficar molhado meu verso não rasgo
Desse tempo escasso, precioso embarco
Sabe… Não desejo pra ninguém o que passei
Já disse e repito que por pouco não parei
E foi aí que pra mim mesmo prometi
Que se um dia eu tivesse espaço iria dividir
Foi viajando, pesquisando, procurando o que é bom
Que eu vi o som e percebi o dom
Foi com respeito, responsa e escrevendo
Que eles marcaram comigo os seus tempos
Conquistaram seus espaços e estão no time
Firme e fortes, acordes do verdadeiro crime
4 Guerreiros na trilha, o grupo «A Família»
Meus parceiro somando e fazendo a partilha
DJ Tiago em ação, 3L Lindomar, Uberaba
Vocês verão que talento nunca se acaba
Das periferias do DF, poesia pura
Rima acha quem procura RAPadura, geração futura
Tem que ter oportunidade, entrar em atividade
Os moleque tem facilidade de cantar
Dificuldade extrema em mostrar
Sua arte natural, sua forma de encarar
E de pensar o mundo que aí está
Só um minuto então irmão vem cá
(Chega aí moleque!)
Você deve estar a se perguntar
O que será que esses cara tem de novo pra falar?
O GOG tá chapado, ou será tudo verdade?
Vou ali, fica aí, mata sua curiosidade
Do engenho, eu vim lá do Ceará pra cá
Lagoa seca venho cantar, o nordestino vem lavrar
Pra que depois possa plantar
Se apresentar, pra manifestar, RAPadura sou eu, licença
Solicito a presença da Inconfidência Mineira com mais um dos meus
Ei tio! Levada, lúcida libertaria
Tá na área Lindomar 3L, MG, Uberaba
Ultrapassando as fronteiras, quebrando as barreiras
Saído das trincheiras das ruas mineiras
Então me diz: Como é que tá?
RAPadura, a vida é dura, pois sozinho pelo caminho a onda não se segura
Então me diz como é que tá por lá?
Lá tem falta de água, tangendo o gado
Meu vô Mucuim até disse esses dias que não abandona o roçado
Deve ser luta demais pelo sertão moço
Porque em Minas vou te falar, pra brilhar é um esforço
Joga o esboço ao vento, que vem de dentro
Se faz muito maior, que está ao redor
E o melhor, não é o melhor
Ah, tem dó, veja só não tô só
Com certeza não está, Lindomar está contigo
G.O.G., DJ Tiago, os favelado destemido
E mais: QG Só Balanço, seu Rogério, Gleison Antônia Zedek
Dayane, vendedores: Léo Cabral, Ariel, Diogo, Kiko Sant’Ana
Na rima nossos produtores
E os meus amores: Dona Lourdes, Laiane, Maresia, Iago, Luana
Mudica, Luciene, Vitória, Aécio, Ana Lúcia e pronuncia que fica
Fica, fica e faz história, com muita glória e bonança
Adulto, jovem, idoso, criança, minha quebrada Vila Esperança
Vive e revive no coração e na oração do rimador
Que tem talento e no cimento uma flor aqui brotou
Anos e anos de trabalho, quem quer soprar não consegue
Porque o discurso é duro, mais duro que a carne do jegue
Tem que saber o motivo de cantar, compreender o quer dizer
Primeiro sentir pra depois trazer, escrever o que vem dentro de você
-De mim
-De nós
-De todos
-A voz
-Sudeste
-Nordeste
-Também Centro-oeste
-Barraco
-Invasão
-Assentamento
Carrego o sentimento da peste
Teste, teste, o alto teor de revolução é muito intenso
E aos demais que assim não pensam… shhhh silêncio!
Hé… Não falei que os moleque tem facilidade?