Fazia um tempo que eu não escrevia
Poesia com primazia, não abria o portal da mente
Despertador, que me deu bom dia
Caí na água fria e tomei um café quente
Eu tava naquela sintonia, que não se sente todo dia
Onde o pensamento encontra-se a frente
Esqueci até os problemas e merdas do sistema
Que o tempo todo quer foder a gente
Rolando «o próximo episódio» buscando meu lugar no pódio
Bolando um plano com os manos, borbulhando ideias, pronto pra compor
Ali um guerreiro se criava, e um plano que iniciava
Celebrando o rap com um mic duas mina do lado propagando o amor
To decidido e pronto pra acordar de verdade
Me esquivar de falsidade, me sentir mais à vontade
Pra realizar os meus planos, fazer o que eu queria, curtir os meus dias
Com mais poesia, sem zelo, graças a deus que eu fugi desse pesadelo
Que é a prisão, pensamento que nos encarcera
Presente na atmosfera, nos polui e nos degenera
Tire as cordinhas dos ombros, se levante dos escombros
Porque o tempo ta aí, voando e não nos espera!
Um ano depois me reuni, com mais dois mano é isso aí
Os sons que cês podem ouvir, pode crer que é tudo verdade
Entre as quedas necessárias, as dores e represálias
O amor é o que nos move daqui pra eternidade!
(Alexandre Devil)
O pesadelo só começa quando a gente acorda
Tua opinião relata só o que a incomoda
Tua visão é perspicaz, mas a ideia é torta
Que esse verso ressuscite tua mente morta
Fazendo amor em Poesia, celebrando a mim mesmo
Se eu não me contradisser tudo isso seria a esmo
Fazer rap anestesia a angustia da dor que eu vejo
E cada por do sol e a mesma morte que eu revejo
Mentes limitadas tentando filosofar
Dores mal curadas renascem pra assombrar
Tentam matar a arte, eu sigo celebrando a vida
Só a morte é de verdade pra uma mente esquisita
Condenado a Liberdade na imensa prisão sem muros
Retardam a realidade vivem em passados futuros
Poder traz felicidade pros covardes inseguros
A doença mental que envenena até os mais puros
Se apegar ao que é real é uma batalha perdida
Se só o que vejo existir a minha alma tá fudida
A poesia marginal segue queimando toda intriga
A insanidade presente do inicio ao fim da briga
O nada criador me liberta, Verde que te quero verde
O médico e o monstro, sempre alerta
Sai da reta, sou meu deus e meu diabo então não treta
Que de olhos fechados a consciência não desperta
O foda é que todos precisam ser livres pra que eu seja também
Mas preferem ter mentes medíocres, algo que não me convém
Buscam sempre o que não tem, tanto o mal quanto o bem
To caminhando pelo infinito e ainda querendo ir muito além
(Lucas Jonsu)
Penso e pratico, o infinito me consome
Como pode o carnaval acabar com um simples homem
A vontade de vencer não me impede de desistir
Largar o trampo de lado e para as ilhas sumir
Vou assumir, morre mais rápido um ser linguarudo
Fico quieto na minha, produzindo no meu mundo
Um poeta repentista que quer afastar o mal
Perdem a mente e a noção que nosso planeta está um caos
E eu sigo, mas já não tem jeito
Fico mais feliz quando os pássaros vejo
Andando descalço, sombra e água fresca
Saúde pra vista, observar que seria bom uma vida besta
Sem carro nas ruas eu de bike viajando
Andando nas trilhas, veja como eu to ficando
Com a mente aberta clássicos gravando
Eu só me sinto melhor entre batidas e planos
Fica leve o mundo é sujo, se o foco é money trabalhe muito
Essa é a visão dos astutos, por que seria diferente?
Faço rima, fico bem, deixe a arte abrir a sua mente
Não tem água e nem detergente, quem vai salvar os doentes?
Nesse tempo de agonia meu coroa já dizia
«malandro que é malandro não deixa louça na pia»
É porque problema não se cria
Se aparecer a gente briga, porque a paz é a saída
Quero só cuidar da minha vida
Ultimamente cada verso deferido é uma visão de cria
Concentro energias boas pra compor um rap raiz
O grande sonho da maioria é ter uma vida feliz