Plataforma

Press start que eu não cesso, e cada plataforma
É um trampolim, o abismo não me transforma
Nem vem olha de volta que eu já sumi na neblina
Demônios a tiracolo e um anjo leal na escolta
Nem sempre estive atento, então nem sempre estive alegre
Hoje sei que eu era o culpado
Deixei tudo pra ver depois
Joguei de Player 2 com a visita escolhendo o cenário
Apertei o pause, precisava olhar de fora
E entendi que nada vale mais do que o agora
E cada otário vai me aturar
A caneta na manga, tipo Assassin’s Creed, o golpe vai na jugular
Pô Fausto, para de dar trela pros haters
Para de ramelar nos take
Sua cara não é favela, quer cê quer enganar, seu Marighella fake?
Põe na tela um som tipo Drake
Meu OVO, na hora H sou eu no quarto só, e cadê o povo
Falou que tava junto e aí sumiu de novo
Mas tá suave, segue o baba
2 a 0 ou 10 minutos, bola na trave não acaba
Flexível arte, manufaturando fibra para o coração que bate, invade e o universo
vibra
Infarte em verso, capturo um óbito clínico
É obvio que os cínicos não compreendem a fé
São céticos de pensamento hermético
Ironicamente cegos devido a impulsos elétricos
É uma escolha que não soma, é bem o inverso
É que trocar a bolha pela redoma traz a ilusão de progresso
Infusão, empoderamento, hinos, são o que as resistências divulgam
Temos tempo pra pensar, pena que seja pouco
Temos voz pra discordar, mas usar mal te deixa rouco
Técnica é uma ferramenta, quem confia só na fé, lamenta
O jogo não começa enquanto o pé não assenta
Pobreza de verdade é num ter orgulho das merda que a gente inventa
Deixa o sangue correr e o coração pulsar
Deixa o grito sair, deixa a canção soar
Não deixa nada plástico se instalar
E nunca sinta pena de quem quer voar
Se joga