Perdoa-lhes Pai

Nós 'inda somos ajuizados pela cor ou não?
Acho que nunca sou olhada sem que vejam a minha cor, sim
Yeah
Ouvi insultos que me consomem
Engoli tudo e fiz-me homem
Começo os dias com os joelhos no chão
Oh, ó Deus, dá-me motivação
Porque eles querem é ver-me no chão
O que eles querem é ver-me no caixão
Oh love, oh love, oh love, yeah
Mas aprendi que na vida há pessoas assim
Que só conseguem ser ouvidas quando falam de mim
Mas continuo bem firme, nada disso me abala
Isso diz pouco sobre mim e muito sobre quem fala
Ah, perdoa-lhes, pai…
Eu represento o que a tua gente abomina
Firme quando o teu ódio se dissemina
Mas cumpriu-se o que eu pedi em oração
Umas vezes vejo a bênção, outras só a maldição
Eu represento o que a tua gente abomina
Firme quando o teu ódio se dissemina
Mas cumpriu-se o que eu pedi em oração
Umas vezes vejo a bênção, outras só a maldição
Porque antes nenhum pai nos queria para as suas filhas
Hoje são elas que dão luz às nossas crias, oh
Disseram-nos que eu era igual
Mas quantos golos é preciso marcar na tua final
P’ra tu aceitares que eu também sou daqui?
P’ra que terra é que eu volto se eu também nasci aqui?
Dizem que a negritude tem o seu charme
Sabor a sangue na calçada e chibatadas na cara, yeah
Perdoa-lhes, pai…
As negras e os negros têm de estar constantemente a reinventar-se, não é?
Nós estamos num sítio de reinvenção permanente, a toda a hora, sempre,
desde que nós nascemos
Porque o nosso sítio não é um sítio de conforto
Eu represento o que a tua gente abomina
Firme quando o teu ódio se dissemina
Mas cumpriu-se o que eu pedi em oração
Umas vezes vejo a bênção, outras só a maldição
Eu represento o que a tua gente abomina
Firme quando o teu ódio se dissemina
Mas cumpriu-se o que eu pedi em oração
Umas vezes vejo a bênção, outras só a maldição
Perdoa-lhes, pai…