Boa noite
O governo português irá investir 16 milhões de euros em pistolas 9 mm para toda
a polícia nacional
Um bom investimento
Por outro lado, assistimos a um corte orçamental da cultura nacional
Bem-vindos a Portugal surreal
Fiquem agora com pistolas e submarinos
Feliz totalista, dois bilhetes pá primeira fila
Portugal, a comédia, já nos cinemas da vila
Como actores principais, políticos e pedófilos
Sem generalizar, alguns acabam por se tornar bons sócios
Um elenco de luxo de agentes corruptos
Na cidade à paisana para a recolha de lucros
A vítima: o comum trabalhador
Apanhado no fogo cruzado, criado pelo grande senhor
O argumento relata o crime do colarinho branco
Vilão morre no fim, mas o mal permanece em campo
Realização do estado, produções, dinheiro desviado
Patrocinado por um povo constantemente explorado
É cultural, fado, Fátima e futebol
Lança fogo no alto para entreter o povo todo (ei, ei)
É a máxima de Portugal
Submarinos, Paulo Portas
Submarinos, Paulo Portas
Paulo Portas, submarinos
Paulo Portas, submarinos
Políticos em comícios fazem ilusionismo com o fogo de artifício
Manda vir um submarino
Enquanto o povo manda vir um cimbalino
As mentes estão aéreas, eles passam férias
Nós continuamos com palas e rédeas
Não há guarda na floresta, é uma festa
Em Portugal, eucaliptal onde real é a corrupção e a desgraça
Mas não há problema enquanto houver a vinhaça
Não há stress enquanto houver uma passa
E haverá dinheiro sujo enquanto houver uma brasa
Cada um de vós dará o seu melhor
Para um país mais justo
Para um país mais pobre
É cultural, fado, Fátima e futebol
Lança fogo no alto para entreter o povo todo (ei, ei)
É a máxima de Portugal
É fundamental, subsídios p’ra corrupção
Lança fogo no alto para entreter o povo todo (ei, ei)
É a sátira de Portugal
É domingo, dia de missa e de bola
O limite de velocidade hoje é 20 à hora
A terceira idade vai em peregrinação
P’rá fiscalização da última obra
Há desfile em fato-de-treino no hipermercado
Os novos ricos vão passear o carro
Transportes são lentos como repartições públicas
Cortam-se unhas, coçam-se partes púbicas
P’ra não restar dúvidas, bisga no chão
A trolhice sai do tasco de garrafão na mão
E há piqueniques nas bermas das auto-pistas
Onde políticos adoram ir cortar fitas
Se é verdade que há uns meses atrás
Os portugueses não compreenderam
À medida que o tempo passa
Vão percebendo cada vez menos
É cultural, fado, Fátima e futebol
Lança fogo no alto para entreter o povo todo (ei, ei)
É a máxima de Portugal
É fundamental, subsídios p’ra corrupção
Lança fogo no alto para entreter o povo todo (ei, ei)
É a sátira de Portugal
Nós não agredimos
Defendemos os atletas
É diferente
Isso é agredir os atletas
É o país das maravilhas
Onde a Alice tira um curso pago com um mealheiro cheio de piças
Se o Papa nascesse cá era jogador de futebol
Se o Pai Natal fosse tuga fugia com o saco azul
Constituição fiscal politicamente anal
Portugal, agência de turismo sexual
A justiça toca acordeão em Santa Catarina
(?) na porta da Casa Pia
Jet-set, aldeias, novelas, touradas
IRS, fantasmas, empresas, esquemas
Safari, os animais raros conduzem carros
Entraste no Cavaquistão, veste o Camuflado
É cultural, fado, Fátima e futebol
Lança fogo no alto para entreter o povo todo (ei, ei)
É a máxima de Portugal
É fundamental, subsídios p’ra corrupção
Lança fogo no alto para entreter o povo todo (ei, ei)
É a sátira de Portugal
O produto interno bruto são cerca de três mil milhões de contos… Portanto…
Ah… 6%… Hum… 6% de seis mil milhões… Ah… 6×3=18… Ah… Um milhão ou.
. Ah… Ou melhor… É, é, é… É fazer a conta!
Estão satisfeitos com estas respostas
E estão certamente tão contentes quanto nós
Por isso agradeço-vos muito a vossa presença
Muito obrigado
Porreiro pá