Saio porta fora e vou por aí pelos caminhos
A noite devora, cruzam-se homens sozinhos
Noites serradas, guerras triviais
Portas fechadas, palavras infernais
E ao ver-te — Lisboa, Lisboa
Perder o bairro da Madragoa
Ruas e vielas, musgo nos telhados
Velhos à janela, lembram tempos passados
Verdades acesas, um homem sem vez
Que afoga as tristezas num copo de três
E ao ver-te — Lisboa, Lisboa
Perder o bairro da Madragoa
Mulheres de rua, histórias de atrofiar
Noites de Lua, segredos por desvendar
Sentir-te no escuro, olhar-te nua e crua
Rodeado de um muro de gente que não recua
E ao ver-te — Lisboa, Lisboa
Perder o bairro da Madragoa
Lisboa, ó Lisboa
Saio porta fora e vou por aí pelos caminhos