Rascunhos de um Momento Conturbado

Like é moeda pra mendigo virtual
Estendendo a mão na esquina digital
Universo eletrônico que entra em choque
E se põe em cheque na situação real
Que se foda! Sou véio, old school e os carai
Sei de nada que rola nessas fitas, pai
Internet, bolsa, pochete, uns boots loucos
Eu tô preocupado é com meu teto no reboco
Tempos sombrios passam na velô da luz
Que nada ilumina, escuridão seduz
Quem não produz é moído, engolido
Culpa dele mesmo não ter conseguido
Já que, agora, a gente é nossa própria empresa
Tem que cozinhar, atender e ser firmeza
'Cê que se foda se é um só
Corda no pescoço, o mundo vem e dá um nó sem dó
Rascunhos de um momento conturbado
Retrato do caos
O que define o rico é o bem, e o pobre, o mal
Rascunhos de um momento conturbado
Retrato do caos
O que define o rico é o bem, e o pobre, o mal
O ensino na escola só piora
Daí, a nota que 'cê tira é o que 'cê vale
O analfabeto vende livro na calçada
Pra que a crença na mudança se espalhe
Julgam o povo que busca o mundo novo
Mas quem julga tem defeitos aos milhares
Pra mim, o que chamam de «nobreza»
É só «pobreza com riqueza de detalhes»
Tudo anda tão surreal (surreal)
Parece até um jogo de RPG
Querem que você tenha identidade
Que não é a mesma do RG
Dois mil e dezenove, avanços na robótica
Minha pele ainda é criminosa ou exótica
Põe o fone de ouvido no grau
Pra ouvir a minha ótica
Rascunhos de um momento conturbado
Retrato do caos
O que define o rico é o bem, e o pobre, o mal
Rascunhos de um momento conturbado
Retrato do caos
O que define o rico é o bem, e o pobre, o mal