Levanta Imburana
a manhã lá chegô
a besta ruana
na istrada formô
a tropa incantada
do patrão-Sinhô
pega a feijoada
Imburana meu amô
ti alembra qui nóis
num tem nada na vida
o bem qui nóis tinha
Deus deu Deus levô
dexô nóis cuá graça
e as fôrça da vida
cum quê nóis amassa
o pão cum suó
Levanta lmburana a manhã já chegô / a besta ruana na istrada formô
a tropa incantada do patrão-sinhô / pega a feijoada Imburana meu amô
Ti alembra qui nóis num tem nada na vida / o bem qui nóis tinha Deus deu Deus
levô
dexô nóis cuá graça e as fôrça da vida / cum que nóis amassa o pão cum suó
Eh / mula ruana pisa no chão / depressa correno qui a noite já vem
éh mula ruana / tú é nosso bem, ai / n'é João Imburana / o bem qui nóis tem…
Gonsalin era um tropéro / qui viveu a vida andano
de janéro a janéro / caminhava todo ano
dérna qui perdeu seu pai / na fome do noventinha
só déis anos ele tinha
Isturdia um tropêro / um tal Miguel Ventania
pusentado apois a tropa / hoje é ridicularia
me contô qui uns viajante / nos corredô da Filiça
hoje in plena luz do dia / já dero c’um cego errante
cantano essa puluxia / éh éh éh…
Mula ruana pisa no chão / depressa correno qui a noite já vem
éh mula ruana / cadé nosso bem, ai,
cadé João Imburana / qui nunca mais vem
qui nunca mais vem / qui nunca mais vem…