Notas

A carne é fraca e o ponto exato entre a fé e a razão
Estava sendo espancado por meu ego em um porão
E cada curva do seu corpo pra mim era um precipício
Alimentando a minha carne, me arrastando por um vício
E a levava na minha boca, prazer em me atormentar
Te segurava entre os dedos e a deixava me matar
Perfume causou sequela quando eu tento respirar
E eu te queimei com a roupa e o vinho que manchou o meu sofá
Se entrara no manto sagrado, rasguei-lhe o véu
Vejo seu vulto e as feridas que levei junto ao troféu
Despido, envolto em saco, o cordeiro e seu sacrifício
A ignorância é uma bênção, vivo os ossos do ofício
Eu vivo amaldiçoado
Se a ignorância é uma bênção
Notas
Caem-se as notas de papel
Trocam-se notas por papel
Notas
Marcam as notas o papel
Caem-se as notas de papel
Trocam-se notas por papel
É um pesadelo acordado, fato, sonhar com você
E a renda do seu lençol ungido pra me apodrecer
Faça sua prece antes de morrer
Disse que ia me buscar, mas ia chegar sem bater
Lembrando do seu coração, contando os dias eram três
Teriam sido diferentes se eu soubesse que era a última vez
Paixão pelo pecado amarrado na minha carne
Aprendendo que a vida bate mais que esses graves
Lutando com a maldade que me corrói
Não desisto pois só em guerra se conhece um herói
Notas
Marcam as notas o papel
Caem-se as notas de papel
Trocam-se notas por papel (x2)