O Corcunda de Nôtre Dame

Sou o corcunda
O corcunda de Notre Dame
E não encontro
Uma mulher que me ame
E levo porrada todo o dia
Da minha avó e da minha tia
E lavo a loiça
Enquanto ouvem telefonia
Mas um dia, eu sei
Eu sei que vou-me vingar
Uma mulher só pra' mim
Vou no armário guardar
Levo as crianças
Para as rodas do carrilhão
Tenho esperanças
De enforcar um sacristão
Armo sempre as ratoeiras
Ponho-as de mil maneiras
Nas alturas
Sou imune às tonturas
Tenho cara de Gárgula
E o pecado da Gula
Tenho cara de demónio
Mas sou um pobre campónio
Corcu-, Corcunda
Corcu-, Corcunda
Corcu-, Corcunda
Corcu-, Corcunda
Cor-, Cor-, Cor-, cun- da
Aos domingos
Vem a Santa Inquisição
Com as colunas
Para dançar o malhão
Vêm queimar os pecadores
Para gáudio dos spectadores
E vejo as gajas
No alto da Catdral
Eu digo: Quero o teu seio
Tu dizes: És muito feio
Quero a tua rata imunda
Filho da Puta, Corcunda
É triste, Corcunda!