Não Existe Porquê

Refrão:
SP: «Vejo o meu passado, olha o que tempo faz/
Como estou mudado, olha o que o tempo traz»
O apocalipse progressivo deixa-me depressivo/
Nós queremos informação, não um ensino degenerativo/
O intuitivo inofensivo prende o sensitivo/
A liberdade tem de deixar de ser um conceito, é imperativo/
Seguro de ti, o quê que pretendes saber exatamente?/
Tenho uma resposta inconclusiva, tenta lá novamente/
Eu sei que sou um homem comum como qualquer um/
Apenas um pouco mais introspectivo, nada de extraordinário/
Vazio preenchido é solitude, o fim da inquietude/
Manter a plenitude da juventude é uma grande virtude/
Não apresentes apenas dúvidas é preciso ter atitude/
Perante a indecisão a única acção a ser tomada é ser rude/
O nosso planeta é um vampiro, drena-te até a última gota/
Cais sem sangue no chão, ninguém nota mais uma derrota/
Consegues existir a fingir?, a fórmula é resistir/
Mesmo que no ato final seja preciso o sacrifício pra subir/
Refrão:
SP: «Vejo o meu passado, olha o que tempo faz/
Como estou mudado, olha o que o tempo traz»
Ele não foi o primeiro, nem tão pouco o único filho/
Libertou-se enquanto o resto ainda procura o seu trilho/
Os bastardos desesperados por algum tipo de atenção/
Pros parvos nada importa, não há solução pra perdição/
Diz-me com firmeza, pra quê pretender sem saber?/
Ou ter a certeza do que vai acontecer, consegues dizer?/
Desconexos sem reflexos, presos em anexos complexos/
Focamos rostos convexos, reprodutores ficam perplexos/
Não posso sentir por ti, mesmo que sintas por mim/
O amor e a sua ausência é o princípio, meio e o fim/
Uma coisa é certa vingar à partida, nascemos aos berros/
Ou embrulhados no silêncio sem chegar a ter erros/
Quando não estou seguro, pretendo que estou a tentar/
Só que, é apenas de mim mesmo que tenho de salvar/
O conflito é que no fundo acredito no que não acredito/
Não existe porquê mas vale a pena, não é esquisito?/