Eco

Só vês o teu ego, eu escuto o meu eco
Sou o primeiro a dizer também peco
Tive que ir longe para chegar mais perto
Antes ser coerente, do que parecer correcto
Foi na merda que senti que o mais certo
É tentar o sonho quando há céu aberto
O que eu sinto só a cantar o liberto
Inteligente mas ainda mais esperto
Sozinho e disperso mas eu tou desperto
Não é desprezo, eu só ando é discreto
Excessivo o que eu escrevo chega a ser decreto
Nem tudo é segredo mas às vezes é secreto
A responder pela merda que eu fiz
Não é o fácil que te faz ser feliz
Aceitar coisas que eu não quis
O que eu quero e mereço nem sempre condiz
Mas se morra eu se eu não morro a ser eu
Viver o sonho que acordado estou eu
Se alguém me traiu foi só ele que perdeu
Limite é o céu para quem nunca o perdeu
Eu tou com fome, raiva e com garra
Pronto para a guerra «A Palavra é uma arma»
Já não sou o mesmo só mantive a cara
Sem sombra de dúvida a visão é clara
E desde que a família coma primeiro
E eu faça dinheiro de algo verdadeiro
Nem metade nem meio, quero o mundo inteiro
A vida é perfeita, o ser-humano é que é feio
Adulto e sério a compor o stereo
Sem adultério eu pratico o critério
Vi-me grego para criar império
Imperfeito, sou presente sem pretérito
O cemitério é para todos a vida nem tanto
Quando ninguém ouve é quando eu mais canto
Quero o teu bem, mas longe de ser um santo
Eu canto pelo espírito não é pelo espanto