Vento

Pintei o teu quadro em vão
Não lhe deste atenção
Manchaste a tela que nasceu em nós
Seguiste em frente sem pensar
E sem vontade de pintar
Aquele quadro que em fim não contou
O vento espera e desespera porque ainda não tem
Uma forma e uma cor que o lembre de alguém
O vento espera e desespera porque não há ninguém
Que lhe mostre ou que lhe diga qual a cor que ele tem
O vento espera e desespera porque não há ninguém
Que lhe mostre ou que lhe diga qual a cor que ele tem
Pedi ao vento para entrar
Acabou por não secar
E foi tanto tempo investido em vão
Quis guardar o que era teu
Na memória de que foi meu
Não passa de tinta que não secou
O vento espera e desespera porque ainda não tem
Uma forma e uma cor que o lembre de alguém
O vento espera e desespera porque não há ninguém
Que lhe mostre ou que lhe diga qual a cor que ele tem
O vento espera e desespera porque não há ninguém
Que lhe mostre ou que lhe diga qual a cor que ele tem