Cidade Adormecida

Foi quando menos esperava
Que a sorte me sorriu
Se o silêncio falasse
Já gritava de alegria
Por mais que procurasse
Não ia acontecer
Esteve sempre de frente
E os meus olhos bem atrás
Estou a saltar em pedras soltas
E o rio está a correr
Mas só vou ver o que quis
Quando for de cara ao chão
Está a começar a quebrar
E a água está a entrar
Não tenho mãos para tapar
Nesta água não sei nada
Como corda está-me a apertar
Mas não sou eu a gregar
Quando menos esperava
Só me estava a afastar
Dando voltas ao tempo
E o tempo a enrolar
Os olhos da memória
Abriram p’ra me enganar
Só vou ver o que quis
Quando for de cara ao chão
Está a começar a quebrar
E a água está a entrar
Não tenho mãos para tapar
Nesta água não sei nada
Como corda está-me a apertar
Mas não sou eu a gregar
Na cidade adormecida
Que ficou esquecida
Debaixo do mar
Aí não hei-de querer voltar
Não volto
Não vou voltar
Se volto
Não volto a cair